23 de janeiro de 2010

Entrevista com DORO do site noizzeater

Entrevista com Doro Pesch por Patrycja Gabriel, Janeiro 2009
Fonte: http://www.noizzeater.com/new/index.php?go=212&id=078




Quando conversei com Vossa Majestade pela primeira vez, há 4 ou 5 anos atrás, eu tentei revelar seu lado humano. Eu queria descobrir os sentimentos atrás das músicas e o que é sua alma feminina. Ela foi muito simpática e me ajudou a explorar esse caminho. Hoje, depois do lançamento de seu novo álbum Fear no Evil, eu decidi resumir seu reinado de 25 anos como Metal Queen. Ela seguiu ano a ano com bons lançamentos de sucesso e eu tentei revelar o segredo da popularidade contínua da Rock Angel. Como a primeira entrevista nunca foi publicada em inglês, eu incluí algumas perguntas da entrevista anterior, perguntas que eu acho que ainda estão atuais. Aproveite a entrevista:

NE: Começarei com uma pergunta sobre o novo álbum. O álbum termina com uma canção chamada "25 Years". Me tocou quando eu a ouvi a primeira vez porque me soou muito, muito triste. Eu sei que você trabalhou realmente duro durante todos esses anos, mas você não está feliz com o fato de gravar e estar no palco por tanto tempo? Quando eu vi o título da canção, "25 Years" eu esperava ser um hino poderoso ao invés de uma balada.

Na verdade a canção tem momentos felizes também. Sempre foi muito bom, mas também muito dificil sobreviver e isso pode ser muito dolorido. Por todos esses 25 anos eu sempre tive que lutar pelo que eu acreditava. Isse foi duro, mas sempre foi ótimo e o bem sempre derrota o mal. Foi fantástico e inacreditável. Eu nunca pensei que nos iríamos e veríamos o mundo todo e levaríamos metal pras pessoas do mundo inteiro. Isso foi sensacional, mas nós tivemos que trabalhar realmente duro pra isso.

NE: Você escolheu "Herzblut" como single. Quem veio com a idéia de gravar em 4 linguas diferentes? Você escolheu os paises onde voce é mais popular, pra agradecer pelos fãs pela lealdade ou você é menos popular e pretende ganhar alguma popularidade?

São meus fãs. Eu apenas descobri que a palavra Herzblut é uma palavra alemã que não tem tradução em outras línguas. Na verdade, os 25 anos foram feitos com tanto Herzblut, então eu pensei, "Faço mais uma versão em espanhol?" e eu conversei com uma moça que fez a tradução e houveram muitas pessoas que disseram "Ei, voce tem que fazer uma versão em frances para os fãs franceses!" Então, eu tinha 3 versões e fui pra gravadora e eles disseram, "Ei, voce acabou de tocar na América do Sul e no Brasil - lá você tem uma das maiores fan bases!" Então nós fizemos uma versão em Portugues. Eu pretendo cantar "Herzblut" en todas as línguas quando eu estiver em turnê se isso soar legal. Pode ser complicado mas eu definitivamente vou tentar.


NE: A arte da capa, para o álbum e para o singlesão obras de arte. Foram feitas de acordo com suas idéias ou foram idéias de Geoffrey Gillespie?

Sim, nós temos uma longa, longa amizade e ele fez a capa de "Triumph And Agony". Nós nos conhecemos realmente bem. Eu liguei pra ele e disse, "Geoffrey, eu sinto que o proximo álbum vai soar um pouco mais metal e eu definitivamente quero um desenho." Nós conversamos um pouco sobre isso. Eu passei à ele umas ideias sobre as canções que eu estava trabalhando e eu disse, "meu aniversário de 25 anos está chegando e eu quero fazer uma música sobre o Warlock" Não era exatamente "Night Of The Warlock" ainda. Nós planejávamos um grande palco para o show de 25 anos e eu queria trazer de volta o Warlock (o bruxo) como uma grande escultura. Na música "The Night Of The Warlock" tem uma frase: "fear no evil" e essa frase me tocou.

Todos no estúdio e os engenheiros disseram, "Isso soa como um títúlo, não é?" Então conversei com Geoffrey sobre isso, umas semanas depois ele me ligou de volta e disse,"Ei Doro, vamos lá, eu tenho algumas grandes idéias". Eu disse que queria colocar o Warlock na capa e ele disse, "Sim, vamos fazer." Então houve um trabalho em equipe. Então fiz os gráficos com um artista gráfico. Eu fui artista gráfica antes de ter minha primeira banda e ainda amo fazer logos, fotos, tudo, mas as pinturas foram feitas por Geoffrey. Foi a imaginação e a fantasia dele. Ele me conhece bem e toda vez que ele faz um desenho fico feliz.

NE: Você é uma dos muitos artistas que tocaram em temas como gerra e direitos humenos, como podemos ouvir em "I Lay My Head". Se você tivesse que falar numa reunião de líderes mundiais, qual seria sua mensagem?

Eu tentaria resolver problemas de modos diferentes e não com armas e derramamento de sangue. Nós vivemos no ano de 2009 e as pessoas deveriam achar soluções pra viver em paz, sem violência e guerra. Eu sei que é difícil, mas eu tentaria achar um outro jeito de viver em paz. Eu tenho grandes esperanças em Barack Obama. Eu fiquei tão feliz quando ele venceu e acho que ele é um dos bons garotos. Eu sinto que ele tem um bom coração, então ele pode ser a pessoa que pode fazer a diferença. Ele é agora o homem mais poderoso do mundo. Ele pode fazer o bem e eu espero que ele faça. A primeira vez que estive na américa foi nos anos 80 e era ótimo e então me lembro do período Bush, quando toda a reputação da américa e dos americanos caiu e isso foi horrível. Eu estou feliz que a mudança está por vir.

NE: A música "The Night Of The Warlock" é um tipo de tributo ao passado ou a uma memória aos fãs que o Warlock ainda está vivo e que nós podemos esperar algumas gravações da banda no futuro?

Ahh, eu não sei. Quando nós estavamos nos preparando para show de aniversário, eu pensei, "A parte do Warlock é uma parte grande, então vamos fazer um palco grande com castelos, ruínas e o Warlock”. Então eu pensei, "Sim, o Warlock merece uma canção". Foi um dos shows mais longos que fiz, com muitos convidados especiais e eu definitivamente queria fazer um set do Warlock, então fizemos um set de meia hora. Todos os membros de 86 tocaram, exeto o baixista. Ele desistiu da música e não toca baixo há muitos anos, então Nick tocou baixo. Nós nos demos muito bem. Talvez no futuro nós tocaremos em algum festival, mas não há planos para gravações, talvez um dvd ou algo do tipo.


NE: De quem é a voz do Warlock na intro?

É do nosso baterista Johnny Dee. Na demo nós deixamos de lado. Mas então nós pedimos a Johnny para fazer porque ele tem aquela risada legal que eu sempre amo ouvir. Ele disse as falas do Warlock e fez a risada.


NE: Você participou do Ep da Tarja "The Seer" um tempo atrás. Convidou ela pra cantar em "Walking With The Angels" foi um forma educada de re-pagamento ou um truque de marketing?

Não. Nós nos encontramos alguns meses antes. Eu fiz dois hinos para minha amiga Regina Halmich, que é campeã mundial de boxe. São eles "She's Like Thunder" e "Fight" e então ela terminou sua carreira ano passado e eu queria escrever outra musica. A música era chamada "The Queen" e eu toquei na mesma noite que Tarja estava apresentando uma musica. Nós conversamos e nos demos muito bem, então dissemos que no futuro seria ótimo fazer algo juntas. Eu queria escrever uma canção sobre o poder positivo, um poder de anjo e fiz uma demo para "Walking With The Angels" onde eu cantava.

Pensei que seria ótimo ter um dueto com uma voz angelical. Então liguei pra Tarja e disse, “Hey, eu tenho uma canção aqui. É interessante – dá uma olhada. Talvez você queira cantar nela”. E ela disse, "Você sabe, eu tenho uma canção também. Nós queremos fazer uma Winter Edition do últmo álbum e á um música chamada “The Seer", então vamos trocar músicas". Ela me mandou a música e eu madei a ela a demo de "Walking With The Angels" e funcionou muito bem. Foi a primeira vez que eu fiz um dueto em um álbum com outra vocalista feminina. Eu sempre cantei com homens, grandes homens. Eu fiz um dueto com Floor Jansen em um álbum do After Forever, mas não era nosso álbum. Eu respeito muito Tarja e acho ela uma cantora maravilhosa. Eu a conheci em 2002 no Wacken. Ela tem uma bela voz. É um estilo totalmente diferente, mas foi ótimo em "Walking With The Angels". Então não houve nenhum tipo de marketing ou algo do tipo, foi apenas sentimento. Eu sempre vou pelo instinto e sentimento e pelo que me sinto bem. Se é algo interessante e inesperado, eu espero que os fãs gostem.

NE: anjos são temas comuns em suas musicas. Você acredita em anjos? Você é religiosa?

Não sou religiosa, mas acredito em energia positiva e em poder positivo. Eu rezei muitas vezes e eu rezo quando estou em dificuldade ou situações desesperadas. Se eu estou em algum lugar e está sendo difícil e estou realmente sozinha, eu sempre faço uma prece pra Deus ou para os anjos. Eu acredito em boas energias. Sempre me senti protegida, principalmente quando é difícil. Eu acho que há Deus e anjos lá fora. Houveram muitas vezes em minha vida que coisas aconteceram e eu não pude explicar como me saí delas. Uma vez eu tive um acidente de carro que foi horrível que fui pra fora. Me machuquei muito pouco, nada grave, mas o carro ficou totalmente destruido, então pensei que talvez eu tenha meu anjo guardião do meu lado, sabe?

Algo não me permitiu morrer. Houveram muitas situações em minha vida que acho que recebi apois espiritual ou boa energia. Eu acredito em boas energias. Algumas pessoas chamam isso de Deus ou anjos. Eu apenas sinto que rezar é bom, principalmente quando você está sozinha e quando está sendo realmente, realmente difícil.

NE: Falando em anjos, você acha que religião tras mais coisas boas ou coisas más pras vidas das pessoas?

Eu acho que a religião é muito conceitual se formos somente pelo livro. Para mim, pessoalmente, eu não gosto desse conceito. Eu gosto de ir pelo sentimento. Quando sinto que tenho Deus no meu coração, é bom. Acho que a religião tem feito o bem, mas tem feito muitas coisas ruins também. Historicamente falando, a maioria das vezes uma guerra foi começada por causa da religião. Eu mesma não sou religiosa, mas acredito em Deus. Mas não quero pertencer a nenhuma religião. Eu me sinto mais reprimida na religião do que livre.

NE: Não encontrei nenhum detalhe sobre a produção do álbum, nem mesmo no site de sua gravadora. Quem foi responsável pelo som desta vez?

Eu fiz com um ótimo time. Andreas Bruhn, o ex-guitarrista do Sisters Of Mercy, fiz algumas musicas e então trabalhei com Chris Lietz, um amigo meu de longa data, que tem trabalhado comigo desde 1996. Depois trabalhei com Thorsten Sickert e arranjei a maioria das coisas. Eu fiz o álbum "Classic Diamond" com ele. Então foi um grande time de mutas pessoas. Gravamos em 3 estúdios, na Pennsylvania, em Hamburg e em Bochum.

Você pode cantar com uma incrivel emoção e tristeza em sua voz. Às vezes parece que suas letras são sobre suas próprias experiencias. Elas são?

Sim. Acho que todo mundo percebe se relacionar comigo. Ter um relacionamento e se apaixonar é normalmente doloroso quando termina e acho que sou provavelmente uma de muitas, muitas pessoas que conhece esse sentimento. Eu creio que este seja um dos sentimentos mais dolorosos. Quando eu era uma novinha eu me apaixonei duas vezes – grandes paixões. Quando tinha 11 anos eu já tinha feito minha cabeça e queria casar com aquele garoto. Então ele se casou com minha melhor amiga e partiu meu coração. Depois tive outro namorado e outra amiga minha se casou com ele, então eu disse, "Uhh! Não acredito." Mas o amor não era profundo e fiquei ok com isso. Mas uma vez eu me senti realmente apaixonada e me machucou muito quando terminou e não deu certo. Eu não tive a chance de ter uma vida regular com marido e crianças. Hoje, estou muito agradecida porque amo muito a música. Eu acho que eu seria mito infeliz sendo uma esposa com crianças. Acho que não seria bom pra mim. Sou uma pessoa muito emocional e me machuco facilmente também. Acho que às vezes é difícil ser mulher de um jeito, você sabe, você sente que ama tanto e isso às vezes é tão dificil. Amor é o sentimento mais poderoso e um sentimento muito positivo. E sim, eu gosto de baladas e costumo fazer canções de amor porque coloco minhas memórias nelas. Eu escrevi uma balda que amo muito, que é chamada "Fall For Me Again". Escrevi quando estava com 17 anos. É sobre as emoções, como te contei, sobre esse garoto que eu estava realmente apaixonada. Depois que aconteceu, ele não quis ter mais nenhum tipo de contato comigo, o que foi injusto e muito doloroso. Sim, o amor de minha vida acabou com minha melhor amiga e acho que toda pessoa pode identificar-se com isso.

NE: Você não sente falta de uma vida calma às vezes? Ou se casar e ter filhos?

Acho que fiz minha decisão e nesta vida quero fazer apenas musica. Estou Feliz com a musica e posso viver sem uma família, mas não posso viver sem música.

NE: Por favor, descreva o homem de seus sonhos, como ele seria?

Oh, visualmente, eu não ligo muito. Aparencia não é o mais importante. O que vale é o coração. Quando vejo que alguém tem um grande coração, isso é algo que eu realmente gosto. Gosto de homens inteligentes, mas o coração é mais importante para mim e não importa a idade, como ele aparenta e de onde ele vem. Está tudo no coração e geralmente posso ver olhando nos olhos de alguém. Quando olho nos olhos posso imediatamente sentir se eles são de um coração bom e quente ou de um frio. Eu sempre vou pelos sentimentos. Eu sou desse tipo.

NE: Eu te vi ao vivo uma vez e você cantou "Undying" com apenas um violão acústico. Eu fiquei lá de boca aberta e lágrimas nos olhos. Foi tão intenso. Você já chorou enqunto cantava?

Sim. Escrevi "Undying" para Mario, nosso guitarrista que morreu – ele teve câncer. E para meu pai que morreu alguns anos atrás. Foi tão doloroso. "Undying" foi uma musica que fiz para um video e para um dvd. Eu me lembro de dedicar a canção à Mario. E a canção foi difícil. Enquanto eu cantava eu tinha que lutar contra as lágrimas durante toda a musica, foi muito emocional. Então vi alguns fãs com lágrimas nos olhos e não pude olhar novamente, foi muito intenso. Sim, "Undying" é provavelmente a musica mais triste que já escrevi. Por um lado é triste mas por outro dá às pessoas esperança que de talvez nem tudo esteja perdido e que a vida continua e nos encontraremos de novo após a morte. E outra musica muito emocional pra mim é "Fall For Me Again".

NE: Eu adoro ambas as músicas.

Eu agradeço muito porque as pessoas normalmente dizem, "Oh, toque as canções de rock, não toque tantas baladas." Eu estou realmente agradecida por você dizer isso porque eu realmente amo baladas do mesmo jeito que as canções Rock. As vezes até mesmo mais.

NE: Mesmo que você seja uma pessoa amorosa, você nunca foi arrogante e sempre teve tempo para os fãs. Você não fica com raiva quando seus fãs trazem um monte de coisas pra você assinar? Onde você acha tanta paciência para isso?

Eu nem penso sobre isso. Isso vem naturalmente porque amo os fãs e eles sabem disso. Mesmo meus meus amigos mais próximos, não são tão próximos quanto os fãs. Os fãs são as pessoas mais próximas do meu coração. Eu os aprecio e os amo. Ás vezes as pessoas ao meu redor, como o tour manager ou a equipe querem ir embora. Temos que ir pra outra cidade e temos pressa, então todos ficam realmente bravos comigo porque eu sempre tento falar com todos e autografar coisas ou o que quer que os fãs queiram. Eu amo fazer musica e amo fazer as pessoas felizes. Não é trabalho pra mim e eu adoro. Eu apenas não faço isso quando estou doente e o tour manager diz, "Ei, voce tem que fazer outro show. Você está quase morrendo e precisa ir pra cama". É a unica vez que tenho que cortar isso. Mas realmente adoro e amo a companhia dos fãs de heavy metal. Eles são amorosos e compreensivos o que eu acho que não há em outros estilos musicais. Eu sou feliz por pertencer a essa familia. Isso soa como uma familia e eu sou parte disso. É mais do que posso pedir. Então quando posso fazer outra pessoa feliz, mesmo de forma pequena, gosto de assinar um autógrafo ou dizer algo legal, é ótimo. Eu amo isso.

NE: Eu soube que uma vez policiais alemães pegaram você colando seus posteres num muro do centro de Dusseldorf. Isso é verdade?

Sim, mas não apenas em Dusseldorf. Quando vamos tocar e sinto que o show não foi promovido o bastante e as pessoas não sabem que vamos tocar, eu as vezes saio e por mim mesma vou colando posters. Fiz isso muitas vezes. Uma vez aconteceu algo engraçado. Eu estava com meus pais, meu pai ainda estava vivo e estávamos dirigindo em Dusseldorf e haviam posteres num grande prédio em contrução. Havia um enorme muro com porteres caindo e então eu disse, "Eu mãe! Eu preciso ir naquele muro. Preciso colar tudo de novo". Minha mãe foi me ajudar e nós duas quase caímos de 10 metros de altura por causa daqueles benditos posters. Minha mãe disse, "Você é louca? Não farei isso novamente, você sabe que arriscamos nossas vidas por um pôster!" Haha! Nós não caímos, mas escorregamos e as pessoas não acreditavam. Eles diziam, "O que você estava fazendo?" Foi engraçado. Mas talvez tenha funcionado. Talvez alguma pessoa tenha visto isso e curtido o show. Nos anos 80 haviam muitas pessoas tabalhando com muito dinheiro para promoção. Hoje em dia é difícil sobreviver e continuar. Hoje você tem que fazer 10 vezes mais que nos anos 80 pra continuar.

NE: É verdade que sua mãe nasceu na Polônia?

Sim, ela nasceu em Breslau. Ela escapou com a mãe dela quando a guerra estava chegando. Ela era criancinha. Ela nunca fala sobre isso. Foram realmente tempos difíceis.

NE: Você é um de meus 3 músicas favoritos, junto com Alice Cooper e Blackie Lawless do WASP. Você já tece a chance de falar com eles em algum evento ou algo do tipo?

Eu tive. Nós fizemos uma grande tour com o WASP no fim dos 80 e Blackie Lawless foi ótimo.Nós vinhamos da tour do Judas Priest, que foi uma grande turne por toda europa e terminamos a turne na Escandinávia. Na escandinávia tocamos em uma arena de hockey o gelo, onde colocaram um carpete sobre o gelo. Fizemos o sound check e eu estava dando uma volta e as pessoas me diziam, "Não caminhe sobre o gelo, você vai ficar doente." Eu disse, "Não, não, não vou ficar doente". Depois de uns dias, nós tivemos a tour com o WASP. Começou em algum lugar da Inglaterra e eu fiquei muito doente! Eu estava tão doente. Pensei que ia morrer. Foi inacreditável. Tive febre alta, alucinacões e coisas do tipo. Eu pensei, "Que merda! Não vou poder cantar." Nessa turne não ficavamos em hotel, eu estava no local e era uma merda de local. Me lembro que estava muito frio, molhado e sujo. Eu estava sentada lá e estava congelante. Eu tremia e me sentia muito mal. Então de repente alguém disse, "Ei, aquela não é a Doro?" Era Blackie Lawless. Ele disse, "Ei, o que há de errado?" e eu disse, "Eu acho que estou um pouquinho doente." Ele disse, "eu acho que você está realmente doente!" Nós não tinhamos camarim porque era um clube pequeno com apenas um camarim, então nós apenas ficávamos do lado de fora e eu estva sentada em algum lugar, sei lá e ele disse, "Você pode ficar no meu camarim e eu te dou certeza que ninguém vai entrar lá. Você pode deitar-se por um tempo, você pode tirar uma soneca." Eu disse, "Não, não, eu não quero" e ele disse, "Você sabe, eu não me importo" e ele me colocou no camarim, misturou alguams coisas e disse, "Ei, essa é minha medicina secreta", ele me deu os medicamentos para garganta e tal, colocou tudo em minha frente e disse, "Ok, agora descanse e te acordarei algumas horas antes do show".  lá estava eu no camarim do Blackie Lawless e ninguém podia entrar. Ele foi tão fofo e é uma das coisas que eu não vou nunca, nunca esquecer. Ele era uma grande estrela e as pessoas normalmente não ligam pra bandas de apoio, mas ele tomou conta de mim. E com Alice Cooper, eu encontrei com ele algumas vezes e ele foi muito legal também, eu gosto muito dele. Ele foi uma de minhas inspirações quando eu cresci, com "School's Out" e todas aquelas coisas glam rock. Eu nunca pensei que eu poderia um dia conhecê-lo. Eu adoro ele.

NE: Você recentemente tocou em seu show de 25 anos de carreira, foi um show de 3 horas. Como você fez pra conseguiu cantar por 3 horas?

Ahh, os fãs, eles são tão inspiradores e havia uma atmosfera tão boa, foi tudo tão facil. Acho que foi o show mais longo que já fiz – foram quase 3 horas e meia! Mas foi pura diversão e me sentia que estava com os amigos. Haviam 8.000 pessoas lá e todos com espirito bom. Foi um dos dias mais felizes da minha vida. Minha voz estava lá até a última canção, que foi "All We Are", quando todos os convidados entraram no palco. Foi ótimo. Acho que foi por causa dos fãs. Eu estava com tanta adrenalina. Nós nos preparamos para o show por um ano, por isso mesmo que eu tivesse um pouco mal, eu pensei: "Ahh, nada irá manter-me longe de fazer esse show e faze-lo por tanto tempo quanto for possível.

NE: Eu me arrependo de não ter assistido o show de aniversário. Que tal foi cantar "Celebrate" com tantas ótimas cantoras? Como você conseguiu que todas elas se apresentassem com você?

Na verdade nós cantamos para o single e nos divertimos muito. Algumas das garotas vieram ao meu estúdio, outras gravaram nos estúdios delas ou reservaram um estúdio e depois me mandaram tudo. Foi tão legal. As meninas do Girlschool ... Eu fui para Londres para encontrar com elas e eu dei-lhes a demo e elas disseram que soava grandioso e elas realmente foram as primeiros que retornaram os vocais. Quando programamos 25 º aniversário, eu perguntei a todas se queriam participar como convidadas ou se queriam tocar. Todas disseram, "Sim, nós temos tempo, é claro que iremos e cantaremos". Foi muito fácil. Parecia que seus melhores amigos estavam vindo pra comemorar com você.

NE: Eu ouvi alguns rumores sobre um plano par um album somente com cantoras de rock e metal. Os planos foram engavetados?

Ah, eu acho que foi um rumor, eu não sabia disso. Alguém lançou este rumor. Eu acho que é uma ótima idéia, mas não há planos. Mas há planos de lançar um dvd do show de aniversario. Quermos colocar as 3 horas e meia do show no dvd e um especial da China também. Fomos pra China pela primeira vez e foi uma grande experiência e um ótimo show. Temos tudo filmado e colocaremos no dvd do show de 25 anos.

NE: Depois de 25 anos no palco,o sentimento de tocar ao vivo é ainda intenso como quando você começou. Você ainda sente medo do palco ou tocar se tornou um tipo de obrigação pra você?

Sim, ainda tenho medo do palco; às vezes é mais outras menos. Mas ainda amo e é uma honra tocar para as pessoas. Eu gosto mais disso hoje em dia do que nos anos 80 porque era tudo novo e fresco. Nós éramos jovens e eu posso aproveitar mais profundamente agora. Nunca foi uma obrigação. Todo dia é um novo desafio, seja grande ou pequeno. Se tocamos no Wacken ou num pequeno clube, não importa. Eu sempre dou 120%, ou então começa com 120% e dou tudo que posso, todo dia. Eu sempre tento fazer os fãs felizes. Eu trato todos os dias como se fossem os ultimos de minha vida e trato todo o show como se fosse o último de minha vida. Nunca se tornou uma obrigação.

NE: Luca Princiotta da banda italiana Clairvoyants é parte do atual line-up da banda. E Oliver? Ele ainda está na banda?

Sim, ele ainda está na banda, nós apenas adicionamos outra pessoa. Luca tocou com a gente na ultima turnê americana. Oli também toca no Kamelot, então às vezes a agenda interfere. Luca é um grande guitarrista. Agora ele é um grande tecladista e ele não tacava teclado antes, mas ele aprendeu e tem feito um trabalho realmente muito bom. Então, quando Oli está em turnê com Kamelot nós temos Luca com a gente. Como musico você tem sempre que ver o que mais você tem que fazer para sobreviver, e às vezes á outras bandas. Luca tem Clairvoyants. Oli tem também seu proprio projeto solo a ser lançado em breve. Então Luca e Oli trocam as posições. Eu adoraria ter os dois todo o tempo, mas isso seria possível apenas para shows grandes. Luca é grande cara e Oli também..Nós costumamos tocar com eles separadamente, mas também com os dois.

NE: Começei a entrevista com uma pergunta sobre seu novo álbum, então terminarei com uma questão sobre seus primeiros anos. Quando você era nova você estava seriamente doente e ficou um ano no hospital. Esta experiência te ajudou a ficar forte o suficiente para lutar até o topo e se tornar uma artista popular de rock?

Eu não imaginava isso no passado e nunca planejei isso. Eu só queria fazer musica. Mas isso definitivamente me fez forte, porque você sabe o ditado, o que não te mata, te faz forte. Eu definitivamente me sentia assim. Sim, foi uma situação em que você sentia que sua saúde é a coisa mais importante, nada é mais precioso do que a saúde e eu definitivamente aprendi muito. Eu aprendi a apreciar mais a vida e fazer o melhor de tudo e lutar pelos sonhos, fazer o que se ama. Se eu não tivesse ficado dente, talvez eu não teria tanta energia pra começar um abanda e pra lutar por minha musica. Acho que foi uma experiência muito válida, mesmo que tenha sido horrível. Foi o pior ano de minha vida e eu não sabia se sobreviveria. Foi duro, mas acho que aprendi muito disso e aprendi a nunca desistir.

NE: Não era na verdade a última pergunta. A última é, quando poderemos esperar uma turnê do novo álbum a se há planos pra uma extensa turnê no reino Unido, não apenas um show em Londres?

Nós estamos conversando com outra banda para sair em turnê. A partir de abril talvez. Por favor não escreva isso antes de confirmarmos, mas estamos conversando com Saxon se poderemos fazer a turnê juntos. Se não funcionar então faremos por nós mesmos. De abril em diante estaremos em turnê non-stop até o fim do ano. Se conseguirmos com o Saxon, será o máximo. Mas se não, iremos por nós mesmos e tocaremos poucos shows. Nas proximas duas semanas tudo será resolvido. Tocaremos em alguns festivais, dois já estão confirmados. Tocaremos no Wacken. Tocaremos no Rock Of Ages e faremos um show com orquestra. As outras datas ainda não estão confirmadas.

Tradução: Equipe Doro Brasil

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